Projeto “Roda” busca linguagens envolvendo corpo e tecnologia
Festival com dança, performances e instalações acontece no Grupo de Arte Global
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O cruzamento da dança com diferentes mídias e a experimentação de novas linguagens artísticas envolvendo o corpo e a tecnologia são os conceitos que balizam o projeto “Roda”, que tem lançamento oficial esta noite, no novo Grupo de Arte Global (GAG), no bairro da Lapa, em São Paulo. Dança, vídeos, instalações, performances e debates movimentam o espaço sede da Cia. Phila 7, onde recentemente foi apresentado o espetáculo teatral “Febre”.
Na abertura, haverá uma mostra da produção contemporânea nacional ao redor do corpo, com 16 obras e 22 artistas de diferentes partes do país.
Uma seleção assinada pela curadora Maíra Spanghero, professora dos cursos de Comunicação e Tecnologia da PUC, que teve como guia as experiências artísticas de Lygia Clark, principalmente a série “Bichos”.
“Foi uma curadoria pós-Lygia Clark. Escolhi obras que dependem de uma experiência corporal para que se tornem realidade e aconteçam efetivamente”, diz Spanghero.
Diretamente inspirado na artista plástica, o bailarino Wagner Schwartz apresenta a videoinstalação “Bicho”, na qual um bonequinho interage com a mão que o manipula. Haverá ainda o espetáculo de dança “Pés Descalços Caminham Calados”, de Candice Didonet, a videodança “Jornada ao Umbigo do Mundo”, de Alex Cassal e Alice Ripoll, e “Fragmentos”, da artista Tânia Fraga.
“Ela [Fraga] apresenta mundos de realidade virtual projetados na parede, que só podem ser vistos com óculos 3D”, diz Maíra Spanghero.
Depois da estréia hoje, o projeto “Roda” vai até sábado com uma exposição dos trabalhos e três debates, com artistas e teóricos. Na quinta, por exemplo, participam da discussão a artista Tânia Fraga, a performer Thelma Bonavita e a bailarina Vera Sala. No próximo ano, a idéia é distribuir apoio financeiro a artistas para a produção de obras inéditas usando o corpo como mídia.